Câmara dos Deputados vota cassação de Eduardo Cunha

Quase um ano depois do início do seu processo de cassação, a Câmara deve, enfim, definir, nesta segunda-feira (12), o destino político do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O peemedebista prometeu comparecer à sessão, marcada para as 19h. O primeiro a falar será o relator do processo no Conselho de Ética da Casa, deputado Marcos Rogério (DEM-RO). Ele terá direito a 25 minutos. Em seguida, a palavra será aberta à defesa. O advogado de Cunha e o deputado afastado terão, cada um, também 25 minutos para falar. Após as falas, começará a votação, que será por meio eletrônico e aberta. Dos 513 deputados, apenas 511 votarão. Cunha, que está afastado, não vota. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), só poderá votar em caso de empate. Para que o peemedebista tenha o mandato cassado, são necessários 257 votos. Líderes de dez partidos já disseram que suas siglas votarão em peso contra ele.

Entre os 25 deputados da bancada pernambucana, apenas três têm voto não declarados: Pastor Eurico (PR) e Eduardo da Fonte (PP) não revelaram como vão votar. Já Fernando Monteiro poderá se ausentar. Os outros 22 declararam que vão votar pela cassação. Pesquisas realizadas pela imprensa nacional mostram que já existem 300 votos declarados contra o ex-presidente da Câmara.

Regimento
A sessão deve ser uma “guerra regimental”. São esperadas manobras, questões de ordem e todo tipo de ação possível dos aliados de Cunha. É aguardado, também, que ele recorra à Comissão de Constituição e Justiça, para atrapalhar a tramitação no plenário. Outra manobra seria a tentativa de aliados de conseguirem uma pe­na “branda”, valendo-se, inclu­sive, do precedente do julga­mento do impeachment de Dil­ma no Senado, que cassou seu mandato, mas manteve seus direitos políticos.

Cunha é acusado de mentir na CPI da Petrobras, em mar­ço de 2015. Na sessão, o peeme­debista declarou não ter ‘qualquer tipo de conta’ no ex­terior, o que, depois da revelação de dinheiro seu na Suíça, virou a base de seu pro­cesso de cassação, iniciado por representação de PSOL e Rede em outubro de 2015.

Da Redação do Blog do Edy Viiera/ Folha PE