O tenente da Polícia Militar Sebastião Félix foi condenado a 150 anos e seis meses de reclusão por ter ordenado 17 jovens a pularem no rio Capibaribe, após serem espancados por ele e outros sete policiais no Carnaval de 2006, no Recife. Além da sentença, a juíza Fernanda Moura determinou a exclusão do réu da PM. Mesmo com as decisões, o condenado vai permanecer na corporação e aguardar em liberdade o julgamento os recursos.

Iniciado nesta terça-feira (14), o julgamento do tenente aconteceu na primeira vara do Tribunal do Júri da Capital, no Fórum Joana Bezerra, área Central do Recife. Na tarde desta quarta-feira (15), a juíza ouviu os argumentos do promotor. Ele sustentou a tese de duplo homicídio triplamente qualificado e 11 tentativas. Já o advogado do réu negou que ocorreram as tentativas e que o crime foi na forma culposa, quando não há o desejo de matar.

No começo da manhã desta quarta (15), o militar acreditava que não será condenado porque, segundo ele, os depoimentos das vítimas foram contraditórios. O conselho de sentença foi formado por quatro homens e duas mulheres.

Entenda o caso
Em maio deste ano, quatro policiais foram julgados pela morte de Diogo Rosendo Ferreira e pela tentativa de homicídio de outros 11 em 28 de fevereiro de 2006. Na época, o advogado do tenente Sebastião Félix pediu o adiamento da audiência argumentando não conhecer o processo, já que ele não conhecia o processo por ter sido constituído de última hora.

Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), as vítimas e outros quatro jovens não identificados foram obrigados pelos envolvidos, na época, policiais militares, a irem para um ponto sob a Ponte Joaquim Cardozo, na Ilha Joana Bezerra, e de lá atravessarem o rio sob a ameaça de revólver.

Como não sabiam nadar, Zinael José Souza da Silva, de 17 anos, e Diogo Rosendo Ferreira, 15, morreram afogados. Seus corpos foram encontrados no dia seguinte, nas imediações da ponte da Torre. As outras vítimas sobreviveram.

Da Redação do Blog do Edy Vieira/Folha de PE