O candidato do PSDB Aécio Neves, ainda no primeiro bloco do debate presidencial, reclamou das “ofensas e mentiras” que considera terem pautado a campanha da adversária Dilma Rousseff (PT). Aécio colou sua imagem à de Marina Silva e Eduardo Campos (PSB), dizendo que foi vítima, assim como eles, da campanha petista. “A senhora não se arrepende de ter feito ataques tão cruéis no primeiro turno?”, provocou.
Dilma rebateu dizendo que é Aécio que faz ataques cruéis e quem distorce os fatos. Ela argumentou que a informação colocada pelos tucanos de que o PSDB iniciou o Bolsa Família através de programas como o Bolsa Escola é uma comparação errada. “É um programa que não tinha escala nem dimensão. O Bolsa Escola atendia a 5 milhões de pessoas, o Bolsa Família é para 50 milhões.”
Dilma também justificou a acusação de que Aécio acabaria com o papel dos bancos públicos, dizendo que a informação veio de Arminio Fraga, apontado pelo candidato do PSDB como ministro da Fazenda de seu eventual governo. A presidente defendeu a participação dos bancos públicos na economia, citando o BNDES como banco de subsídio à infraestrutura, o Banco do Brasil como financiador do setor agrícola e a Caixa Econômica Federal, do setor habitacional. “Vocês querem diminuir o papel da Caixa no setor habitacional. Sem a Caixa, não tem o Minha Casa, Minha Vida”, argumentou Dilma. “Vocês nunca fizeram programas sociais quando puderam, sempre deixaram a desejar”, completou.
Aécio repetiu que a petista “falta com a verdade” e disse que o maior programa de transferência de renda na história contemporânea do Brasil foi a estabilização da moeda, obtida pelo Plano Real. “O maior programa de transferência de renda da história contemporânea do Brasil não foi o Bolsa Família, foi o Plano Real, que vocês combateram com toda força”, afirmou.
O tucano disse que Arminio tem defendido não o fim dos bancos públicos, mas a gestão dessas instituições com transparência. Sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, disse que pretende continuar e aumentá-lo, ampliando especialmente o acesso da faixa da população que recebe até três salários mínimos.
Da redação. Fonte: JC