Depois de meses em queda, as notificações de bebês nascidos com microcefalia apresentaram uma alta de 19,6% em Pernambuco.
O aumento foi verificado entre as semanas 41 e 49, que compreendem os meses de outubro, novembro e início de dezembro. Foi neste mesmo período de 2015 que o Estado verificou a explosão de casos da malformação relacionada ao zika vírus.
A média semanal de crianças nascidas com suspeita de microcefalia nestas dez últimas semanas foi de 6,7, contra 5,6 entre setembro, agosto e começo de outubro.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) está avaliando o que pode estar acontecendo. A pasta tenta compreender esse novo pico de notificações e se os registros realmente serão confirmados como um novo surto de microcefalia.
“Não podemos afirmar ainda a causa desse pico. É estranho. A primeira coisa que precisamos checar é se houve aumento também de confirmação (dos casos de microcefalia), mas isso só vamos ter lá para o fim de janeiro.
Ainda é preliminar dizer que isso é um aumento real da microcefalia, porque o dado definitivo virá com a confirmação diagnóstica”, comentou o diretor-geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech.
Ele confirmou que, desde o início deste ano, os novos registros de microcefalia vinham caindo muito. Para se ter uma ideia, nas dez primeiras semanas de 2016, o volume de bebês por semana nascidos com suspeita de microcefalia era de 45,2, número seis vezes maior do que o atual.
Dimech comentou que, na semana 46, 12 bebês foram notificados, quando o que se estava vendo habitualmente eram quatro ou cinco registros.
O diretor ainda destacou que o momento, mesmo sendo de atenção, deve ser analisado com cautela. Isso porque fatores determinantes, como a incidência de mosquitos e o clima, não tiveram grandes variações que justificassem esse aumento.
Uma das hipóteses levantadas é que de sete a nove meses atrás o Estado ainda tivesse alguns “bolsões” onde o vírus ainda tivesse circulação.
Da Redação do Blog do Edy Vieira/Folha PE