Um vereador de Nova Russas, preso por suspeita de roubo a banco, foi empossado na tarde desta quarta-feira (15) e, em seguida, levado de volta para o presídio. José Roberto Alves da Costa, conhecido como Zé Roberto, foi reeleito pelo PRTB em outubro. Um mês depois, foi preso junto com outros quatro homens suspeitos de integrarem uma quadrilha. A Polícia do Ceará localizou conversas no celular envolvendo o vereador, em que ele articulava assaltos a carros-forte pelo aplicativo WhatsApp.
A Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) confirmou que José Roberto retornou à unidade prisional após a posse, sem detalhar para qual presídio.
A presidente da Câmara Municipal de Nova Russas, Socorrinha Holanda, afirmou que a posse ocorreu em sessão ordinária com a presença de todos os vereadores. “A gente não vai dizer que é um momento normal. Mas não poderia fazer diferente, a gente não tinha outra alternativa, tinha que fazer o que tinha que ser cumprido, conforme a lei”, disse.
“O constrangimento foi de todos, acredito que da parte dele também, não deve ter se sentido bem. A gente tem que enfrentar, obedecer a lei”, opinou Socorrinha. “A gente aguardava que iria acontecer, porque o advogado estava em contato, disse que ele receberia a autorização a qualquer momento”, afirmou a presidente da Câmara.
Posse sob aplausos
Zé Roberto chegou em um carro da polícia com quatro agentes por volta de 15h50, sem estar algemado, e ficou aguardando no interior da Câmara até o início da sessão, às 17h. Estavam presentes, em sua maioria, moradores de Nova Betânia, distrito do vereador, além de moradores da sede do município.
Em seu discurso, o vereador reeleito falou sobre justiça. “Quero dizer a vocês que irei retornar ao presídio onde estou para aguardar a justiça. A justiça tarda mas não falha, em breve eu irei mostrar minha inocência para todos que aqui estão nesse momento”, declarou, sob aplausos.
A prisão
Cinco homens foram presos no dia 18 de novembro, em Guaraciaba do Norte, por suspeita de roubo. O grupo foi autuado em flagrante e deve responder por associação criminosa. Segundo a polícia, o vereador dava suporte logístico à quadrilha.
“Tudo indica que ele trazia esse pessoal, dava apoio logístico, fornecendo documentos, veículos, local, para, aí sim, esse grupo partir para execução dos crimes. Inclusive num dos diálogos fica claro que ele estava se preparando para roubo a carro-forte aqui no interior do Ceará”, indicou, à época da prisão, o delegado adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Eduardo Thomé.
Eles foram presos após uma abordagem policial do Comando Tático Rural (Cotar) ao carro do grupo, quando apenas o vereador apresentou documento de identificação. O fato chamou atenção dos agentes, que investigaram os celulares dos ocupantes do veículo e localizaram áudios, diálogos e fotos suspeitas.
Da Redação do Blog do Edy Vieira/G1