Dor, formigamento, fadiga e redução da força muscular. Esses são apenas alguns dos sintomas da LER, Lesão por Esforço Repetitivo, que atinge milhares de trabalhadores brasileiros. Entre os principais fatores que podem desencadear a LER está a sobrecarga nas atividades rotineiras no ambiente de trabalho, como a intensa digitação ou a má postura diária, que afeta todo o funcionamento da parte muscular. Para marcar a importância da conscientização a respeito da adoção de cuidados contra lesões associadas à repetição de movimentos, é celebrado, no dia 28 de fevereiro, o Dia Internacional de Prevenção às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT).
“A Lesão por Esforço Repetitivo acontece por conta da utilização excessiva do sistema musculoesquelético associado à falta de descanso. De acordo com estudos, a repetição do mesmo movimento até mil vezes por turno, ou ciclos maiores que 30 segundos são considerados ações técnicas normais. Acima desses limites de tolerância, e sem um tempo de recuperação eficiente, produz uma sobrecarga biomecânica, gerando danos”, explica a fisioterapeuta do Trabalho e ergonomista do SESI Saúde Marília Menezes.
Entre os principais sintomas, estão dores agudas nas articulações, fadiga muscular, sensação de peso ou cansaço nos membros, limitação dos movimentos, diminuição da força e alterações de sensibilidade. Em geral, Marília esclarece que a LER acomete músculos, nervos, ligamentos e tendões. “Comumente, atribuídas ao trabalho, os membros superiores estão mais propensos a serem acometidos, como ombros, cotovelos, punhos e mãos”.
Nesse sentido, Marília lembra que a Norma Regulamentadora 17 (NR-17) estabelece diretrizes e os requisitos que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. “Assim, essa norma proporciona conforto, segurança, saúde e um desempenho eficiente. Esta norma é aplicada em todas as situações de trabalho e favorece a prevenção e a redução de incidências de LER/DORT”, reforça.
Após o diagnóstico médico, a fisioterapeuta do trabalho pontua que o tratamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional, de acordo com o tipo de síndrome e grau do acometimento. “Além dos tratamentos medicamentosos, como anti-inflamatórios, algumas condutas também podem ser feitas, como afastamentos do trabalho, fisioterapia, acupuntura, psicoterapia e procedimentos cirúrgicos nos casos mais severos”.