O Ministério da Saúde descartou, nesta segunda-feira (13), a suspeita de que Souleymane Bah, de Guiné, esteja com o vírus ebola. A contraprova do exame, também feita pelo Instituto Evandro Chagas, deu negativo. Bah deve receber alta do hospital Evandro Chagas nos próximos dias. As demais 62 pessoas que tiveram contato com o paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascavel (PR), onde ele foi atendido no primeiro momento, também deixarão de ser monitoradas.
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a equipe do hospital ainda fará alguns exames em Bah para tentar identificar se ele está com alguma outra doença transmissível. Já foram feitos testes rápidos de dengue, HIV e Malária – todas foram descartadas.
Apesar de descartado o primeiro caso, Chioro garante que o alerta será mantido. “Todas as medidas de vigilância permanecem, apesar do baixo risco de que o ebola chegue ao País”, afirmou. Nesta segunda-feira, foram feitas reuniões com a Secretaria de Portos, o Ministério da Defesa e o Ministério do Turismo para intensificar as medidas de atenção. Entre as medidas definidas estão uma reunião com práticos dos portos, que têm contato direto com as tripulações de navios, e algum tipo de alerta para ser distribuído em portos e aeroportos, em forma de panfleto ou cartilha, explicando os riscos e sintomas.
A expectativa mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a epidemia leve pelo menos seis meses ainda para ser controlada, o que justifica a manutenção do alerta. Nos últimos dias, o avanço no número de casos e a falta de pessoal e de recursos financeiros fez com que a organização dobrasse o período de tempo esperado para controlar a expansão do ebola na África Ocidental.
Chioro garante que as medidas são preventivas e que os riscos de contágio no Brasil são pequenos. “Nós não temos nenhum voo direto ou com escala de nenhum dos três países (Guiné, Serra Leoa e Libéria). Então são três barreiras de monitoramento até chegar ao Brasil: na saída dos países, onde 77 pessoas já foram impedidas de viajar, no país onde é necessária fazer uma conexão e depois nos nossos aeroportos”, explica.
O número de brasileiros nesses locais também é reduzido. Apenas dois em Serra Leoa, 25 na Libéria e 33 na Guiné, incluindo pessoal de ajuda humanitária e diplomatas e outros funcionários do serviço exterior. Todos estão sendo acompanhados e, se manifestarem algum sintoma, serão repatriados para serem tratados no Brasil, de acordo com as normas da OMS.
Da redação