Na próxima semana deve chegar à rede pública de todos os estados brasileiros o medicamento três em um, que deve beneficiar, inicialmente, 100 mil novos pacientes com HIV em 2015. Para o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, é um estímulo para que os pacientes permaneçam em tratamento. Aos poucos, os pacientes que já estão se tratando com os três comprimidos fornecidos separadamente vão começar a usar a combinação.
A dose tripla, considerado tratamento de primeira linha para quem tem o vírus HIV, é a combinação dos medicamentos Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg). “Ele vai facilitar muito a vida de quem usa o medicamento, porque diminui a quantidade de comprimido durante o dia, o que aumenta a adesão ao tratamento”, disse o secretário de vigilância em saúde.
O Ministério da Saúde investiu R$ 36 milhões na aquisição de 7,3 milhões de comprimidos. O estoque é suficiente para atender os pacientes nos próximos doze meses.Segundo Barbosa, a maioria dos pacientes permanece no tratamento, mas muitos, por estarem se sentindo bem e em alguns casos até acreditarem que o remédio pode fazer mal, decidem, por conta própria, interrompê-lo. “Os antirretrovirais não curam, é importante que as pessoas tenham essa consciência”, explicou o secretário, alertando que o tratamento para quem tem o vírus é para a vida toda, não permite interrupções. “Qualquer interrupção pode levar o vírus a se multiplicar e também pode favorecer a resistência, levando a pessoa a não reagir mais ao medicamento e ter que buscar outro”.
Tanto o três em um quanto o dois em um e o ritonavir 100 miligramas termoestável, que começaram a ser distribuídos em dezembro do ano passado, tinham o uso na rede pública previsto em protocolo publicado em dezembro de 2013. O mesmo documento também determinou que todos os adultos com HIV, independentemente da carga viral, têm direito ao tratamento pelo SUS.
Jarbas Barbosa disse que é importante que todas as pessoas que têm vida sexual ativa façam o teste de HIV. Segundo o secretário, até seis meses depois de iniciado o tratamento, 90% das pessoas com HIV/Aids estarão com a carga viral indetectável e assim deixarão de ser transmissoras do vírus. Quanto mais cedo começar o tratamento, maior será a qualidade de vida do paciente. Segundo Barbosa, o Brasil oferece o que há de mais moderno no mundo para o tratamento de pessoas soropositivas.
Os Estados do Rio Grande do Sul e Amazonas, que têm as maiores taxas de detecção do vírus, recebem, desde novembro, a dose tripla combinada. Nesse período, cerca de 11 mil pacientes foram beneficiados nos dois estados.De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente cerca de 734 mil pessoas vivem com HIV e aids no país. Deste total, 80% foram diagnosticadas e, entre estes, 400 mil estão em tratamento. Todos os anos, cerca de 39 mil casos de aids são detectados.
Da redação do blog do edy.com.br