Detentos da Penitenciária Professor Barreto Campelo também realizam tumulto

Assim como os detentos do Complexo Prisional do Curado, no Recife, os reeducandos da Penitenciária Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamacará, na Região Metropolitana, também realizaram um protesto nesta terça-feira (20). O objetivo foi cobrar celeridade no julgamento dos processos penais. O movimento começou tranquilo, mas se radicalizou à tarde. A situação só foi controlada no início da noite, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.

Por volta das 16h, foram ouvidos tiros no interior da unidade. Os presos, que também estavam armados com pedaços de madeira e facões, lançaram pedras contra integrantes do 17º Batalhão da Polícia Militar, que tentavam conter o tumulto. Por conta disso, mais militares chegaram, inclusive, de outros batalhões e do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati). O Corpo de Bombeiros também foi mobilizado para apagar incêndios provocados pelos detentos em colchões e entulhos.

Ao todo, 27 reeducandos ficaram feridos, dos quais 24 receberam atendimento na própria unidade e três foram encaminhados aos hospitais Miguel Arraes, em Paulista, e da Restauração, na área central do Recife, além de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA). Segundo a Secretaria-executiva de Ressocialização (Seres), todos apresentam quadro de saúde estável. Além dos presos, um agente penitenciário se feriu levando uma pedrada no rosto, informação confirmada pelo promotor da Vara de Execuções Penais, Marcellus Ugiette.

Negociações
À tarde, o promotor Marcellus Ugiette entrou na unidade para negociar o fim do movimento. Ele contou que o motim mobilizou, pelo menos, 600 dos 1.938 reeducandos da unidade. O promotor também afirmou que conseguiu conversar com integrantes de quase todos os pavilhões, mas que, em dois deles, foi recebido a pedradas. Foi nesse momento em que foram ouvidos disparos, todos de balas de borracha e de bombas de efeito moral, conforme Ugiette.

No início da noite, uma revista foi feita entre os reeducandos. Foram encontradas quantidades não informadas de armas brancas e drogas. Em seguida, o Batalhão de Choque foi acionado para manter a ordem no processo de recondução dos detentos para os pavilhões.

Motivos para o motim
Pela manhã, o protesto começou de maneira pacífica, com presos se concentrando nos telhados dos pavilhões. Eles cobraram a presença do juiz da 2ª Vara de Execuções Penais, Cícero Bittencourt, que está de férias. Também reclamaram da superlotação, de falhas estruturais na unidade e uma revisão do remanescente das penas.

Nesta quarta-feira (21), o juiz Roberto Bivar, que está respondendo pela 2ª Vara de Execuções Penais, deve ir à penitenciária em horário não divulgado.

Mortos e feridos
Até agora, 67 detentos ficaram feridos em dois dias de rebelião, sendo dois no Complexo do Curado e um na Penitenciária Barreto Campelo. A última unidade não teve registro de nenhum homicídio, diferentemente da outra, onde dois presos e um policial militar já morreram desde a última segunda-feira (19).

Da redação do blog do edy.com.br/ Folha de PE

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