Desde o final do ano passado os combustíveis ficaram mais caros. Primeiro, para socorrer o caixa da Petrobras, que vinha segurando os preços artificialmente tentando evitar o aumento da inflação em 2014, ano eleitoral. No mês passado, o governo mexeu na tributação do setor, provocando assim uma nova alta nas bombas dos postos. No Grande Recife, o consumidor, hoje, está pagando algo entre R$ 2,33 e R$ 2,49 para comprar álcool e entre R$ 3,10 e R$ 3,20 para abastecer com gasolina. Vale lembrar que o preço é livre, mas isso não significa que podem haver aumentos fora da realidade de mercado. Segundo o gerente jurídico do Procon de Pernambuco, Roberto Campos, o consumidor que perceber algum tipo de cobrança muito acima do comum deve entrar em contato com o órgão através dos telefones 0800-282-1512 ou 3181-7000 e relatar o caso.
Após a denúncia, será encaminhada uma equipe de fiscalização ao estabelecimento que verificará a autenticidade da irregularidade. Caso confirmada, o posto em questão pode levar uma multa que, de acordo com a legislação, varia de R$ 400 reais a R$ 9 milhões. O Código de Defesa do Consumidor proíbe a prática de preços abusivos, mas é importante ressaltar que não há uma regra para determinar o que é abusivo, já que a livre concorrência garante que podem ser aplicados valores diferentes. É exatamente para tentar esclarecer a questão que o Procon entra no debate. Quando houver a suspeita de cobrança indevida, o órgão notifica o posto em questão e solicita explicações sobre o porquê do reajuste fora dos padrões.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Ramos, os postos apenas repassam os valores dos tributos, sem acréscimo de lucros aos valores. “2014 foi o pior ano para o setor, e desta vez, apenas repassamos os aumentos que recebemos. Existia também um desconto por parte das distribuidoras, que também foi cortado”, afirma Ramos, salientando que a cidade tem 210 postos, atendidos por 17 distribuidoras, o que acirra a concorrência e impede uma grande alta dos preços.
Segundo ele, os aumentos vão de acordo com as despesas de cada posto. Aliado ao preço de comercialização do combustível, os tributos locais também interferem no valor final. “O proprietário se baseia pelo valor que ele compra e pela carga tributária que ele tem. O dono do posto se guia pela concorrência, pela variação de mercado, mas, basicamente, tem como referência quanto ele compra da distribuidora”, salienta Ramos.
Da redação do blog do edy.com.br