Com um investimento na ordem de R$ 8 milhões, o programa “Águas de Suape”, pioneiro no País, promete mudar o cenário do Riacho Algodoais, um curso d’água de dez quilômetros que corta a zona industrial do Complexo de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. A iniciativa do Governo do Estado, anunciada nesta terça-feira (24), no Palácio do Campo das Princesas, promoverá educação ambiental com as 15 famílias residentes no entorno do curso d’água. Lançada na semana do Dia Mundial da Água, a técnica recuperará o riacho com o cultivo de plantas tropicais. O plano engloba dois projetos, o “Jardim Algodoais” e o “Nascentes”. Cerca de 60 profissionais serão mobilizados pela limpeza do manancial.
O projeto “Jardim Algodoais” será a primeira parte do programa. A técnica utilizada é reconhecida mundialmente e engloba tratamento de água, paisagismo e uso da população. A tecnologia consistirá na aplicação de plantas que se alimentam das impurezas da água. A restauração do curso d’água ocorrerá de três meses a um ano. Papiro, ninfeia, helicônia, thalia são algumas das especiais tropicais que serão utilizadas na recuperação. “É uma experiência inovadora. Vamos ter parceiros privados nos ajudando. E nós queremos que isso seja replicado em outros mananciais que precisam receber os mesmos cuidados”, destacou o governador Paulo Câmara.
Ainda de acordo com o gestor, o acompanhamento da recuperação será feito pela diretoria de Suape. No entanto, acrescentou o governador, a intenção é estar por perto para ver o andamento do projeto. “Apesar de não ser uma inovação, é uma iniciativa importante que trazemos para Pernambuco. Que possamos, com esse trabalho, iniciar a despoluição em outras áreas do Estado. O objetivo é trabalhar incansavelmente para obter um ambiente protegido”, argumentou Câmara. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões, ressaltou a importância do programa para o Estado.
“O Riacho Algodoais se encontra numa situação de degradação avançada. A fauna e a flora, em determinados trechos, já desapareceram. E o projeto consiste na aplicação de uma técnica na utilização de plantas que, reunidas em um grande jardim, realizam a purificação da água. Vamos recuperar a vida desse riacho”, enfatizou.
O uso dessas plantas restauradoras da vida aquática é mais eficaz do que os métodos convencionais de recuperação de cursos d’água. A explicação é que a técnica remove mais de 90% dos poluentes da água e evita assoreamento, processo em que se observa no leito dos rios acúmulo de detritos, lixo e entulho.
Além da recuperação do riacho, haverá uma segunda etapa do “Águas de Suape”: um estudo das nascentes desse curso d’água. O projeto “Nascentes” identificará os mananciais, além de desenvolver um plano de manejo e melhoria, assim como promover oficinas de educação ambiental para as comunidades do entorno do riacho. A ação beneficiará 65 pessoas que, atualmente, moram nas margens do Algodoais. Em breve, essas famílias serão recolocadas para o Conjunto Habitacional Nova Vila Claudete, que disponibilizará 2.620 casas no Cabo de Santo Agostinho. A moradia não beneficiará somente as pessoas que moram no riacho, mas, também, famílias que residem perto de outras indústrias.
Da redação do blog do edy.com.br