O xique-xique é um cacto muito comum na Caatinga que consegue sobreviver a longos períodos de seca e ainda hidratar animais e pessoas que vivem no sertão nordestino. Isso porque metade de sua composição é formada por água.
Na família da agricultora Ozaneide Gomes dos Santos, que mora em Petrolina (PE), o uso dessa planta sempre foi feito de forma criativa. A sua tataravó fazia um doce com o xique-xique, uma tradição que acabou se perpetuando entre as mulheres da família e que Ozaneide quer levar para o mundo.
Ela é uma das lideranças do Assentamento Mandacaru, que fica na zona rural da cidade pernambucana. No local, outras mulheres também produzem o doce, que só é vendido por encomenda.
O g1 visitou o assentamento em outubro de 2023 e, na ocasião, Ozaneide e sua mãe contaram a história delas com o xique-xique, o jeito certo de cortar a planta para ela não morrer e a busca pela patente do doce.
Durante a visita, a equipe acabou saindo um pouco da pauta depois de conhecer o seu Vicente, um agricultor que foi alfabetizado pela Ozaneide aos 60 anos de idade.
Ele cursou até o Ensino Médio e foi aceito numa universidade federal para cursar zootecnia, mas perdeu a matrícula por ter ficado doente após contrair dengue.