A presidente Dilma Rousseff sofreu a sua maior derrota. A Câmara Federal acaba de acatar a admissibilidade do processo de impeachment da petista, por crime de responsabilidade. Com isso, a matéria segue para o Senado. Se aprovado por maioria simples na Casa Alta, a presidente será afastada por 180 dias.
O placar final foi de 367 votos favoráveis, 137 contrários, além de 7 abstenções e 2 ausentes.
Às 23h08, o voto 342 – número necessário para a admissibilidade do processo – foi dado por um pernambucano, o deputado federal Bruno Araújo (PSDB). Com lágrimas no rosto, o parlamentar comemorou antes de proferir o seu voto.
“Senhor presidente, quanta honra o destino me reservou. De poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros. Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso digo ao Brasil sim para o futuro!”, disse o deputado.
Araújo afirmou que não esperava dar o voto decisivo e confirma ter chorado um pouco no momento em que anunciou no púlpito de votação sua posição pelo impeachment. “Passa um filme de tudo que a gente viveu”, disse.
“Acho que foi uma honra, porque eu, como outros colegas líderes, começamos quando a lista nossa de impeachment tinha 60 deputados. Quando muitos não acreditavam nesse processo, quando havia críticas, naturais, internas e externas em relação a nosso posicionamento”, disse.
“E hoje foi um coroamento da população, do reconhecimento de um trabalho que começou lá atrás. Mas sobretudo uma homenagem à população brasileira, eu fico honrado de ter representado esse momento”, afirmou Araújo, .
Por ser o número 342, Araújo foi bastante aclamado pelos apoiadores do impeachment na Casa, que chegaram a gritar seu nome no plenário da Câmara.
A sessão começou com confusão — os parlamentares contra o impeachment reclamaram ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que havia colegas se manifestando a favor do impedimento atrás da mesa da Casa. Houve gritaria e empurra-empurra. Após as orientações de voto das lideranças dos partidos, a votação começou.
Na história política brasileira, é a segunda vez que o processo de impedimento de um presidente da República recebe o aval da Câmara dos Deputados. A primeira foi em 29 de setembro de 1992, quando o então presidente Fernando Collor de Mello, do PRN, teve seu pedido de afastamento acolhido com o voto de 441 deputados (outros 38 votaram contra, um se absteve e 23 não compareceram à sessão).
Da Redação do Blog do Edy Vieira/Folha de PE