Por: Andryele Saraiva Vereador do Município de Parnamirim Bacharel em Direito.
Como um extraordinário Nordestino, Luiz Gonzaga foi o artista que trouxe o
Nordeste para o resto do País, não apenas com sua genialidade com a Sanfona,
cantando e tocando o baião, o forró e o maxixe; trouxe também ao conhecimento
popular a vida do sertão com suas tradições, geografia, religiosidade, ritmos,
injustiças, aridez, suas dificuldades e suas riquezas. Com a música, Asa Branca,
considerada o Hino do Nordestino, destacou a luta de um Povo, por ações que eles
pudessem se sobressair das suas adversidades climáticas, imortalizada logo na
primeira estrofe desse épico clássico, quando diz:
“Quando ‘oiêi’ a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei a Deus do céu, ‘uai’
Por que tamanha judiação?”
Com esta elucidativa menção, em acréscimo, cabe destacar que o Sertão
Nordestino, sofre consideravelmente com um problema climático, criando uma
situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região.
Em 1886, desde o seu primeiro projeto, elaborado pelo engenheiro cearense
Tristão Franklin Alencar de Lima, as águas do Rio São Francisco tornaram-se sonho
para os nordestinos.
No sertão árido, um rio de vida surge, ó São Francisco, correnteza
imponente. Nas suas águas, histórias se insurgem, refletindo o vigor de sua gente.
Suas margens abraçam a vegetação, onde o verde se faz resistência. É o oásis em
meio à desertificação, a fonte de vida em meio à carência.
Em 2007, a água “saiu” do papel, escorreu pelos canais, desencalhou sonhos
e extinguiu angústias. Ó rio São Francisco, tesouro precioso, patrimônio do sertão,
de valor incalculável. Que tu sigas firme, seja preservado, poderoso e inabalável.
Daqui já se vislumbra o que mais importa: o sonho já é quase uma realidade.
Prossigo minha narrativa, evidenciando que para que esse sonho seja concretizado
e finalizado, obras precisam ser finalizadas, como bem cantou grande Flávio José,
“deixa o Rio Desaguar”.
O nordestino parnamirinense roga a autorização da ordem de serviço da obra
do Canal do Açude Entremontes, localizado em nosso Município de Parnamirim-PE,
sendo parte constante do Projeto, com a Nota Técnica nº. 34/2017/DPE/SIH,
saindo a água reservatório Mangueira, do trecho 6, Eixo Norte da Transposição, a
perenização do Açude Entremontes, Barragem do Chapéu e Barragem do
Cachimbo, ambas localizadas na área rural do Município, e todas regiões de grande
potencialidade agrícola e pecuária.
Consigno, também, que o Açude Entremontes, está construída sobre o rio
São Pedro, afluente da margem direita do Rio Brígida, e forma um lago que abrange
uma superfície de 4.688ha na cota 389,00 e acumula um volume de 339.333.700
m3.
A Barragem do Chapéu construída no ano de 1986, no Rio Brígida, tendo sua
Capacidade 188.000.000m3, já a Barragem do Cachimbo está localizada no Rio
Quixaba com capacidade de 31.000.000m3.
Verifica-se em segunda análise, que esta é uma obra transformadora, para o
Sertão Pernambucano, que segundo cálculos, as áreas serão identificadas e a partir
do avanço do canal do Entremontes poderemos irrigar pelo menos 25 mil hectares
de terra, visto que, afeta também, todos os aspectos: a agricultura, a educação, a
saúde, a condição de vida, também na geração de empregos e renda.
Assim, concluiremos a obra e, como um verso em folha, concluiremos a lição
inicialmente cantada por Luiz Gonzaga, que encerra assim:
“Quando o verde dos teus ‘óio’
Se ‘espaiar’ na ‘prantação’
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu ‘vortare’’, viu, meu coração.”