Relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki decidiu fatiar a delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e de seus três filhos. Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai decidir se pedirá abertura de inquérito para investigar os políticos citados, entre eles o presidente Michel Temer.
No despacho, assinado ontem, o ministro determina o compartilhamento com a PGR dos depoimentos em que Machado levanta suspeitas contra o presidente, senadores e deputados, todos detentores de foro privilegiado.
Nessa lista estão, além de Temer, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Eduardo Braga (PMDB-AM), Edison Lobão (PMDB-MA), os deputados Heráclito Fortes (PSB-PI) e Jandira Feghali (PCdoB).
Em cada caso, a PGR pode requerer a instauração de novos inquéritos, a inclusão nomes em investigações já em curso ou sugerir o arquivamento, se concluir que não há indícios de crimes. No mesmo documento, Teori autorizou a remessa para a Justiça Federal no Paraná, dos trechos da delação que envolvem pessoas sem foro.
O ex-presidente da Transpetro relatou ter repassado propina a mais de 20 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, DEM, PSDB, PC do B e PP. O PMDB, fiador de sua indicação ao posto de comando da subsidiária da Petrobras, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos. Segundo ele, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a Transpetro.
Machado afirmou, ainda, que Michel Temer negociou propina para a campanha do então correligionário, Gabriel Chalita, à Prefeitura de São Paulo, em 2012.
Ele disse que o acerto do repasse ocorreu em setembro daquele ano e foi pago por meio de doação eleitoral pela empreiteira Queiroz Galvão, contratada da Transpetro. Segundo o delator, Temer pediu ajuda porque a campanha de Chalita estava com dificuldades financeiras.
Da Redação do Blog do Edy Vieira/Folha de PE