Ex-xepeiros da Casa do Estudante vão se encontrar

Por Iedo Ferraz

No início dos anos trinta, o Recife era o maior centro educacional formador de universitários do Nordeste. Naquela época, existiam os cursos de Direito, Medicina, Odontologia, Engenharia e outros de grande importância na formação acadêmica dos estudantes que sonhavam em conquistar um diploma de Doutor.

O Recife era famoso pelos cursos oferecidos, com isto vinha gente de toda parte do Brasil educar-se nesta importante cidade. Mas, para os estudantes pobres do interior, estudar na Capital pernambucana era apenas um sonho.

Tendo em vista que naquele tempo não exista alojamento para pessoas carentes. Muitos universitários abandonaram, frustraram os estudos e voltaram para seu pequeno interior devido a falta de recursos financeiros.

Diante de todas as dificuldades encontradas, um grupo de estudantes do interior movidos pelo espirito humanitário, coletivo e voluntário resolveram fundar a Casa do Estudante pobre de Pernambuco em agosto de 1931.

Durante os seus noventa e três anos de história, esta nossa segunda mãe deu total apoio para aqueles secundaristas e universitários aos quais acreditaram e sonharam em ser alguém na vida através dos seus estudos.

Esta instituição pública coletiva, serviu e ainda serve, como ponto de abrigo para os estudantes carentes das cidades interioranas, onde eles conseguiram por meio de muita luta e sacrifício vencer na vida, devido à existência deste importante alojamento de apoio.

Durante toda a sua existência, o nosso inesquecível abrigo estudantil passou por momentos de turbulências, agitações e revoltas quando os inimigos da educação e também dos meninos pobres do interior quiseram fechar o nosso principal ponto de apoio.

Foi muita resistência, bravura e luta daqueles legítimos estudantes aos quais, nunca se curvaram ou se acovardaram perante o regime opressor implantado naquele tempo. Foi preciso muita união e força dos moradores externos e internos para que os carrascos opressores ouvissem o nosso grito de dor e revolta.

Em certa ocasião de protesto, uma nuvem preta cobriu a cidade do Recife. Pois, fechamos avenidas movimentadíssimas, queimamos pneus para obstruir o trânsito infernal, colocamos mesas e panelões no meio das ruas.

Conseguimos carro de som no sentido de aumentar o calor do movimento, saimos também com faixas e camisas pretas simbolizando o luto e a luta dos oprimidos impiedosamente.

Hoje, quase todos os ex-sócios se encontram bem-sucedidos financeiramente e profissionalmente nesse imenso território nordestino, só não venceu na vida através da CEP aqueles que nunca quiseram nada com a vida, as chances foram desperdiçadas e talvez agora seja tarde para corrigir o erro considerado irreversível.

Aqueles que saíram daquele ambiente se encontram espalhados por diversos Municípios sertanejos e outras regiões brasileiras. Todos os guerreiros estudantes os quais residiram nele local sempre foram chamados de “Xepeiros”, com muito orgulho sim senhor.

REENCONTRO DA CASA DO ESTUDANTE

Depois de muito tempo que sairmos da Casa, resolvemos realizar uma confraternização no sentido de reencontrar alguns contemporâneos cepianos. Será um momento histórico de lazer, alegria e satisfação em poder reviver aqueles bons tempos vividos naquele ambiente coletivo.

A festa ocorrerá no Município de Triunfo no dia 13 de julho, no restaurante e Bar Sabor da Roça. Maiores informações serão esclarecidas através do WhatsApp: (75) 99298-8323.

1 pensou em “Ex-xepeiros da Casa do Estudante vão se encontrar

  1. “Quem namora com xepeiro, se casa com doutor.” Esse era o lema que usava-mos para conquistar uma jovem.

    Ivan
    Ex-xepeiro na Casa do Estudante de Engenharia, Recife .

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