A seis semanas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), muitos estudantes mais parecem uma pilha de nervos. Não é para menos. Por meio do teste, porta de entrada para muitas universidades brasileiras, vários deles realizarão o sonho do ingresso no ensino superior. Ansiosos, os candidatos passam noites em claro, abdicam da vida social e esquecem os amigos e os fins de semana, tudo para estudar um pouco mais e conseguir fazer uma boa prova. A atitude radical, entretanto, pode não ser eficaz.
Para Mariana Malheiros, psicóloga do Colégio Santa Maria, seguir uma rotina exaustiva de estudos não é garantia de que o aluno será aprovado em uma boa universidade. De acordo com a profissional, o modo como o estudante se prepara para as avaliações é muito mais relevante. “Passar longas horas em frente aos livros não necessariamente vai fazer com que alguém seja aprovado em exames admissionais. Saber distribuir o tempo gasto estudando também é fundamental. Por exemplo, se o estudante passar o dia inteiro no colégio, ele deve, ao chegar em casa, dedicar-se a estudar uma disciplina com a qual tenha mais familiaridade, que seja de fácil absorção para ele”, afirmou.
Maria Sofia César, 17 anos, está no 3º ano do ensino médio e diz que sua rotina mudou completamente nesta fase final de preparação. Segundo a estudante – que pretende conseguir uma vaga no curso de direito – no primeiro semestre era mais fácil conciliar diversão e estudos, agora nem tanto. “Tenho aula no colégio de manhã e de tarde. Chego em casa, descanso um pouco e só paro de estudar nas horas de comer e dormir. Estou em uma corrida com vários outros concorrentes, preciso me dedicar”, comentou a adolescente.
Por ser uma fase na qual o jovem escolhe a profissão que provavelmente irá desempenhar durante toda a vida, o último ano de escola costuma ser permeado por ansiedade e estresse. Segundo Mariana Malheiros, a melhor forma de lidar com esses sentimentos é dividindo-os com pessoas de confiança. “Muitos jovens que me procuram se queixam de solidão nesse momento da vida. Eu sempre os aconselho a não guardar isso para si, a conversar sobre o que sentem com os pais, professores e amigos. Intercalar momentos de descanso e lazer com os horários de estudos também ajuda a amenizar a tensão”, disse a psicóloga.
Da redação