Os pais da menina Beatriz Mota, assassinada a facadas, em dezembro do ano passado, na escola em que estudava, em Petrolina, no Sertão do Estado, receberam a garantia do governador Paulo Câmara e do alto escalão da segurança pública de que o caso está perto de ser solucionado. O diálogo ocorreu em audiência no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, na tarde desta terça-feira (20).
Antes da reunião, Sandro Ferreira e Lúcia Mota haviam acompanhado um protesto no Centro que pediu urgência nas investigações. Chegaram a passar cinco horas dentro do ônibus que os trouxe do Interior esperando pelo encontro. O clamor por justiça foi endossado por 20 mil signatários de um abaixo-assinado entregue ao Governo.
A reunião teve a participação do secretário-executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, e do chefe da Polícia Civil, Antônio Barros. Carvalho assegurou que as investigações estão ocorrendo. “Não vamos buscar um culpado a qualquer preço. Estamos trabalhando para buscar os responsáveis”, afirmou.
Já Antônio Barros explicou que imagens feitas no dia da formatura da irmã mais velha de Beatriz, quando o crime ocorreu, estão sendo analisadas na tentativa de montar o quebra-cabeças. O apelo, também reproduzido no discurso dos pais da menina durante o protesto, é de que quem tiver fotos ou vídeos do dia produzidos na festa encaminhem o material à Polícia Civil.
O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde a garota estudava, também vem divulgando em seu site um canal para recebimento de informações. “Estamos revendo as imagens porque há informações importantes para as investigações”, declarou Barros.
Protesto
Os pais de Beatriz e um grupo de cerca de 40 pessoas passaram quase 12 horas na estrada, de Petrolina para o Recife. Às 10h, desceram do ônibus gritando “Somos todos Beatriz! Queremos justiça! Queremos respostas!”. Os manifestantes passaram pela rua do Sol e seguiram até o cruzamento com a avenida Guararapes. No fim da manhã, sem conseguir chegar mais perto do Palácio, sentaram na pista da Ponte Princesa Isabel, o que fechou o trânsito por 40 minutos.
Sandro e Lúcia se recusaram a serem recebidos por secretários de estado até que, à tarde, conseguiram a reunião com Paulo Câmara. Mais quatro amigos e parentes participaram da audiência. “A gente pediu um maior número de pessoas trabalhando no caso e investimentos. A gente veio agradecer, de certa maneira mas a gente continua cobrando da autoridade”, contou Sandro.
A família também comentou o pedido do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora para que o médico legisla alagoano George Sanguinetti entrasse no caso. O profissional é famoso por sua atuação em casos como o de PC Farias e o da menina Isabela Nardoni. “Acredito nos peritos oficiais do Estado”, ressalvou a mãe de Beatriz, Lúcia Mota.
No ato, a madrinha da menina, Michelle Chaves, afirmou ser a favor de que o caso também tenha colaboração da Polícia Civil da Bahia, devido à proximidade de Petrolina com o estado vizinho. “Vamos procurar não só a Bahia, mas qualquer outro estado que possa ajudar de forma oficial”, disse.
Da Redação do Blog do Edy Vieira/Folha PE