Alvo de interesse de pesquisadores e colecionadores do Brasil e outros países, o meteorito de 38,2 kg que caiu na divisa entre Piauí e Pernambuco em 19 de agosto, ainda não foi vendido. De acordo com a esposa do morador que encontrou o mineral, o casal não recebeu nenhuma oferta que, segundo eles, correspondesse ao valor da pedra, que poderia custar até R$ 1 milhão.
“Fizemos uma análise, estão vendendo fora do Brasil por US$ 29, o grama. A gente não achou nem US$ 2,50. Eu venderia por até US$ 3, por grama. É muito inferior, mas já dá para organizar a nossa vida”, diz a mulher que, por questão de segurança, preferiu não se identificar.
De acordo com a proprietária do meteorito, houve interesse por parte do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No entanto, ela reclama que a instituição não queria pagar pelo objeto.
“Diante de toda a repercussão que teve, apareceu muito interesse do pessoal do Museu Nacional, mas um interesse que não quiseram pagar por isso. Então, eu não fui doar minha pedra”, conta.
Como ainda em setembro começou a tramitar na Câmara um projeto propondo que meteoritos que caem no solo ou mar brasileiros deveriam pertence à União, a dona da maior pedra de Santa Filomena vê “impedimentos” para a venda.
Não há, no Brasil, legislação específica sobre a situação de meteoritos. O projeto citado pela moradora é o PL 4529/20, proposto pelo deputado Wolney Queiroz (PDT-PE). Ele diz que seria “obrigação do poder público local o recolhimento e a guarda do material”.
Outra proposta, o Projeto de Lei 4471/20, apresentada pelo deputado Alex Santana (PDT-BA), diz que o mineral “pertencerá ao proprietário do imóvel, quando atingir área particular; e à União, quando atingir imóvel de sua propriedade ou de estado, de município ou do Distrito Federal”.(G1)