Após ser anunciado novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro Neto disse nesta segunda-feira (1º) que o que mais preocupa no saldo negativo da balança comercial é a queda nas exportações de manufaturados. Em discurso de diálogo com o setor produtivo e adiantando que indústria e competitividade terão papel central na agenda do ministério, ele agradeceu o reconhecimento dos correligionários do PTB.
“O crescimento das exportações depende crucialmente da agenda da competitividade, porque há um acirramento da competição em escala global, dada a queda nível do comércio internacional”, salientou. O papel crucial da indústria também foi citado pelo senador, escolhido pela presidente Dilma Rousseff para assumir a vaga de Mauro Borges.
“Não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo. Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho”, avaliou. Ressaltou que o crescimento da produtividade é a garantia das conquistas sociais dos últimos anos, já que permitirá a “sustentabilidade do aumento dos salários” e fortalecimento da demanda doméstica.
Em entrevista no Palácio do Planalto, Armando Monteiro registrou cinco ações que implementará com o objetivo de cumprir o que definiu como desafio central: a promoção da competitividade brasileira.
A desburocratização e simplificação do ambiente tributário, implementação de uma política de comércio exterior mais ativa e renovação do parque fabril foram citadas pelo futuro ministro como parte de uma “agenda positiva de indução ao processo de desenvolvimento sustentável”.
O estímulo à inovação e o aperfeiçoamento do sistema de governança também foram lembrados por Armando Monteiro Neto. A necessidade da redução de custos sistêmicos foi repetida algumas vezes pelo senador pernambucano.
Defendendo aliança do governo com o setor produtivo, em benefício da promoção da competitividade, ele observou que, como as ações apresentadas estão voltadas para a chamada agenda microeconômica, o foco das políticas será aplicar medidas que não demandem esforço fiscal adicional.
“Temos de buscar um modelo de financiamento que possa, por exemplo, estimular esse movimento de horizontalização, ampliação da substituição de equipamentos em todo parque fabril do país”, explicou.
Sobre a política cambial, o novo ministro admitiu que a valorização do real na última década concorreu para perda de competitividade da indústria brasileira. Acrescentou que a situação será contornada. “Acredito firmemente na coordenação das políticas monetária e fiscal do próximo governo. Teremos realinhamento cambial, que se dará em condições naturais, sem nada que pareça movimento brusco ou que tenha caráter artificial”.
Armando Monteiro Neto informou que promoverá a transição de sua nova equipe no próprio prédio do Mdic, onde pretende conversar com Mauro Borges sobre programas do ministério.
Da redação