A bancada de oposição da Assembléia Legislativa lançou, nesta terça-feira (16), uma nota sobre a composição do secretariado do governador eleito Paulo Câmara (PSB). O grupo considera que o perfil dos indicados demonstra a continuidade de uma política “velha”, pautada em interesses partidários. Confira a íntegra do texto:
1 – A indicação da equipe que formará o próximo governo de Pernambuco frustra não apenas lideranças expressivas da Frente Popular, a exemplo do senador eleito Fernando Bezerra Coelho, mas sobretudo os eleitores que confiaram na promessa de renovação da política, defendida pelo então candidato a governador;
2 – O que estamos vendo é uma aposta no continuísmo, numa mera redistribuição de peças do mesmo governo, ou seja, mais do mesmo;
3 – Em 2015, na verdade, não veremos o início de uma nova administração, mas o nono ano desse governo – com todos os riscos que isso pode representar, principalmente o da acomodação;
4 – Pudemos constatar ainda, estarrecidos, que, ao contrário do que apregoou o então candidato a governador sobre a necessidade de se valorizar os perfis técnicos, quase todos os integrantes da equipe foram escolhidos única e exclusivamente para acomodar os mais diversos interesses do ajuntamento de partidos que formam a Frente Popular. São escolhas para abrir espaços para suplentes de deputado ou partidos que poderiam dissentir da Frente na próxima eleição;
5 – Isso nos preocupa principalmente porque, a partir de janeiro, o governo terá que encarar um passivo de grandes proporções: déficit primário de mais de R$ 1 bilhão; obras paralisadas; empresas prestadoras de serviços sem receber do Estado há meses; recrudescimento da violência; falência do modelo de sistema prisional; e precária prestação de serviços de saúde à população (faltam medicamentos, exames e vagas nos hospitais);
6 – Por fim, gostaríamos de registrar que, mesmo com esses sinais negativos observados nos critérios de escolha de sua equipe, esperamos ver o próximo governo trabalhando para assegurar que Pernambuco mantenha seu crescimento e possa se desenvolver. E, acima de tudo, possa aproveitar as oportunidades que têm surgido desde que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, ainda em 2003, dedicar uma atenção especial ao nosso Estado – atenção que tem sido mantida pelo governo da presidenta Dilma Rousseff.
Da redação