As polícias Civil e Militar de três estados, além da Polícia Federal (PF), estão à procura de suspeitos de investidas contra agências bancárias situadas em municípios do Sertão. O grupo, que se intitula como “Novo Cangaço” e tem origem na área que já foi conhecida como Polígono da Maconha, é temido pelos desfechos violentos de suas ações, com uso de reféns e atentados contra instalações oficiais em pequenas cidades do Interior. A última foi a explosão de caixas eletrônicos em Curimatá, no sul do Piauí. Cinco homens morreram em trocas de tiros com policiais. Seis foram presos. Três seguem foragidos. Em Pernambuco, o Depatri conduz as investigações.
A Polícia Civil não divulga oficialmente a que ocorrências contra bancos registradas no Estado o grupo está relacionado. Também evita associar a fama dos criminosos à de “cangaceiros modernos”, termo que vem sendo cunhado em razão de uma das características da quadrilha: o parentesco entre vários de seus mais de 30 integrantes. “A operação é típica: escolhem cidades menores, soltam grampos na pista para atrapalhar a ação da polícia. Em Pernambuco, os casos têm ocorrido mais pela madrugada e sem reféns”, diferencia o gestor da Diretoria Integrada do Interior 2, delegado José Rivelino Morais, destacando que as investigações estão ocorrendo em sintonia com Ceará e Bahia.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, João Rufino, é categórico: falta unir inteligência policial e melhor estrutura para inibir esses crimes. “Apesar de a cobrança por mais segurança nos bancos ser permanente, no caso do Interior, mesmo que houvesse todo tipo de investimento na agência, ficaria difícil evitar crimes quando a lacuna está do lado de fora. É crime organizado, que estuda a cidade, encontra só três, cinco policiais, e impõe terror. Falta maior integração entre as polícias nas fronteiras.
As rotas de fuga são muitas naquela região”, argumenta, estimando que, dos 36 crimes contra o patrimônio ocorridos em agências bancárias no Estado, segundo a SDS, 80% tenham sido no Interior. “Lá, as ações têm mais violência. Há mais explosões, uso de maçarico, diferente do perfil de ação na RMR”.
O chefe de comunicação social da PF no Estado, Giovanni Santoro, afirma que as ramificações dessa e de outras quadrilhas por outros estados dificultam as ações policiais, mas confirmou a participação do departamento nas investigações. “Houve essa ação no Piauí, mas o grupo é daqui. Tendo atuação no âmbito interestadual, a PF entra para somar esforços”.
Da Redação do blog do Edy Vieira/Folha PE