A Polícia Civil investiga se um homem preso com drogas e munições, na tarde desta segunda-feira (24), na comunidade do Passarinho, na Zona Norte do Recife, teve participação no assassinato do cantor Dyelson Cardoso de Lima, vocalista da banda Patusco. Osias Higino Tavares, 27, foi detido em sua casa após denúncias anônimas. Em depoimento, ele negou ter participado do crime, mas confessou ter se aproximado do carro da vítima para cometer outro delito.
A ligação do suspeito com a morte do músico surgiu após um suposto resultado da coleta de impressões digitais no veículo. Segundo informações repassadas por policiais da Delegacia de Peixinhos, que realizaram a prisão, as conclusões da perícia realizada após a morte do cantor teriam apontado para Osias. O delegado Felipe Monteiro, responsável pelas investigações, contudo, não confirma as suspeitas, mas garante que será averiguado se o homem participou do assassinato.
Na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da Capital, o suspeito alegou que se aproximou do veículo de Dyelson para tentar roubar o aparelho do som do carro. A investida frustrada teria sido encomendada por um homem identificado como Rafinha e nada teria a ver com a morte da vítima.
Por enquanto, o suspeito será autuado por tráfico de drogas e posse de equipamento restrito das forças policiais, já que, na casa dele, foi encontrada uma quantidade não informada de maconha, além de munições e de um carregador de metralhadora. Osias será encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
O caso
O corpo de Dyelson, que tinha 25 anos, foi achado preso em galhos de árvores de uma ribanceira na Estrada dos Macacos, em Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife, na última terça-feira-feira (18). Foi encontrada uma perfuração na nuca da vítima, que pode ter sido provocada por um disparo de arma de fogo.
No bolso da roupa do rapaz, também foram encontradas pedras brancas, semelhantes a crack, motivo pelo qual a Polícia não descarta que a morte tenha relação com a substância. A família do músico, entretanto, nega que Dyelson tivesse envolvimento com drogas.
Até o fim da semana passada, o DHPP havia ouvido cinco pessoas para tentar traçar a linha de investigação. No leque de possibilidades também estão a motivação passional ou por inveja. A Polícia apura, ainda, o recebimento de ameaças por parte de pessoas ligadas ao músico e de integrantes da banda Patusco.
O cantor foi sepultado no cemitério de Santo Amaro, na área central da Cidade, na última quarta (19). No mesmo dia, o carro usado por ele horas antes do crime passou por perícia. A análise descartou a possibilidade de latrocínio, já que pertences de Dyelson foram encontrados no interior do veículo.
Da redação/Folha-PE