A Procuradoria Geral da República pediu nesta terça-feira (3) ao Supremo Tribunal Federal a abertura de investigações contra 54 políticos com foro privilegiado para determinar se participaram do monumental esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. “São 28 pedidos de abertura de investigações e 7 arquivamentos, que envolvem 54 políticos com foro privilegiado”, disse à AFP um assessor de imprensa da Procuradoria.
Os nomes dos possíveis investigados não foram divulgados devido ao segredo judicial, mas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a suspensão do sigilo. A “Operação Lava Jato”, deflagrada pela Polícia Federal, desmontou um sofisticado esquema envolvendo as maiores empreiteiras do país e a Petrobras visando manipular licitações e desviar fundos.
O escândalo que abalou a Petrobras envolve uma mescla de subornos, fraude, manipulação de licitações públicas e lavagem de dinheiro, e foi qualificado como a maior investigação de corrupção da história do país pela procuradoria-geral da República.
Segundo diversos envolvidos que aderiram à delação premiada em troca da redução da pena, o dinheiro desviado foi para contas pessoais ou para financiar partidos políticos. As especulações sobre suas ramificações no Congresso e em distintos níveis do governo envolvem figuras do Partido dos Trabalhadores (PT), seus aliados e alguns opositores.
As investigações revelaram o pagamento de subornos a diretores da Petrobras que variavam de 1% a 3% do valor total dos contratos. A lista apresentada por Janot inaugura uma nova fase do escândalo, que desatará tensões entre os poderes da República da primeira economia da América Latina.